O peixe-médico Garra rufa, conhecido por suas propriedades terapêuticas, é originário das bacias hidrográficas do Oriente Médio, especialmente nas áreas setentrionais e centrais. Encontrado também em rios e lagoas da Turquia e do norte da Síria, esse peixinho tem um papel surpreendente na medicina. Quando em contato com humanos, o Garra rufa se alimenta de células mortas, mordiscando suavemente a pele amolecida pela água.
Na Turquia, foram construídas piscinas ao ar livre onde esses peixes são usados para tratar pacientes com psoríase. Eles consomem apenas a pele morta ou afetada pela doença, permitindo que a pele saudável cresça normalmente. Embora não cure a psoríase, o tratamento alivia os sintomas, e muitos pacientes repetem as sessões regularmente, usando apenas os peixes para controlar a doença.
Tradicionalmente, o tratamento é visto como eficaz contra essa condição crônica. Um estudo publicado na revista Science Direct destacou o turismo de saúde nas piscinas termais de Kangal, na Turquia. As águas minerais dessas fontes também ajudam no tratamento das lesões. Os spas especializados nessa terapia recebem pacientes com psoríase, que participam de um programa de 21 dias, mergulhando nas piscinas duas vezes ao dia para sessões de 4 horas.
A médica portuguesa Helena Cabral, em seu estudo sobre a importância do Garra rufa no tratamento de psoríase, relatou que, apesar da escassa literatura, a ictioterapia (uso do Garra rufa) tem reconhecimento médico como uma opção de tratamento. Segundo a médica, os riscos associados à exposição aos peixes são baixos, com poucos relatos de infecções.
Além do tratamento de psoríase, o Garra rufa é conhecido na estética como peixe-pedicure. Centros de beleza ao redor do mundo adotaram essa técnica para limpeza dos pés. Seguindo o mesmo princípio, os peixes mordiscam os pés dos clientes, removendo células mortas da pele e proporcionando uma esfoliação suave.
O uso do Garra rufa, tanto na medicina quanto na estética, destaca uma abordagem natural e eficaz para o cuidado da pele.