Desde a década de 1960, sismologistas de todo o mundo detectaram um som misterioso gerado pelo planeta Terra a cada 26 segundos, quase como se fosse um relógio. Sessenta anos após o início das pesquisas, ninguém sabe dizer ainda qual o real significado desse ruído.
O fenômeno, apelidado de “batimento cardíaco do planeta”, foi documentado pela primeira vez em 1962 pelo pesquisador John Oliver, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Em 1980, o geólogo Gary Holcomb, do Geological Survey, corroborou as pesquisas de Oliver, afirmando que também havia notado o pulso misterioso, que se intensificava durante tempestades.
Com a ajuda dos professores Mike Ritzwoller e Nikolai Shapiro, Greg Bensen descobriu um padrão curioso na pulsação. Analisando os dados e triangulando a transmissão do som, os pesquisadores localizaram a origem no Golfo da Guiné, na costa oeste da África.
Em 2006, a equipe de pesquisa sugeriu que os sons poderiam ser causados pelo impacto das ondas na superfície terrestre ou pela atividade vulcânica na região. No entanto, ambas as teorias ainda não foram comprovadas.
Em 2011, Garrett Euler, um estudante de graduação da Universidade de Washington, sugeriu que a pulsação seria resultado do impacto das ondas na plataforma continental africana.
Em 2013, Yingjie Xia, pesquisador do Instituto de Geofísica de Wuhan, na China, contrariou a teoria de Euler, afirmando que o pulso era causado pela atividade do vulcão na Ilha de São Tomé, próximo ao local do som. Apesar de sua teoria fazer sentido, nenhuma das duas hipóteses foi completamente explicada.
Afinal, com tantas atividades sísmicas ocorrendo em todo o mundo e com o movimento das ondas atingindo todas as regiões costeiras do planeta, por que justamente essa região emitiria um som? Esse é um mistério que a ciência ainda terá que investigar nas próximas décadas.
O "batimento cardíaco" da Terra permanece como um enigma fascinante, desafiando pesquisadores a desvendar suas origens. Enquanto isso, o som rítmico continua a intrigar cientistas e entusiastas, lembrando-nos dos muitos segredos que nosso planeta ainda guarda.