O velório dos corpos da fisiculturista Daniela Schulz Froda e de seu marido, o policial rodoviário Hiales Carpine Froda, foi um momento de dor e comoção profunda para a cidade de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul, na segunda-feira, 12 de agosto. A cidade natal de Daniela foi o local escolhido para a despedida final do casal, que teve os caixões unidos por uma fita branca simbolizando a união eterna do casal, com suas alianças penduradas, um gesto simbólico que tocou profundamente todos os presentes.

O casal, que vivia há cinco anos em Ubiratã, no Paraná, estava prestes a embarcar para uma nova fase de suas vidas nos Estados Unidos. Daniela, uma fisiculturista dedicada, participaria de uma importante competição internacional, um sonho que vinha cultivando há tempos. Porém, o destino cruel interrompeu abruptamente seus planos quando o avião ATR-72 da Voepass, no qual estavam a bordo, caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira, 9 de agosto, ceifando a vida de todas as 62 pessoas a bordo.

Durante o velório em Santa Rosa, amigos e familiares prestaram suas últimas homenagens ao casal, que era muito querido por todos. A união dos caixões por uma fita branca, com as alianças penduradas, foi um gesto que simbolizou o amor e o compromisso que Daniela e Hiales tinham um pelo outro, até o fim. Este detalhe trouxe ainda mais lágrimas e emoção para a despedida, reforçando o sentimento de perda irreparável para todos que os conheciam.

Fátima Corrêa, madrinha de Daniela, compartilhou memórias carinhosas da afilhada, lembrando especialmente do momento em que Daniela lhe apresentou Hiales pela primeira vez. A lembrança de como a jovem estava feliz ao levar o namorado para conhecer sua madrinha ficou marcada na memória de Fátima, que agora lamenta profundamente a perda do casal.

A irmã de Daniela, em meio às lágrimas, relembrou um dos últimos momentos que passaram juntas, apenas dez dias antes da tragédia, quando a família visitou Daniela em Ubiratã. Ela expressou o arrependimento de não ter prolongado o último abraço que deram, sem saber que seria a última vez que veria sua irmã. As palavras da irmã de Daniela ecoaram no salão onde o velório foi realizado, trazendo à tona a dor de uma despedida inesperada e prematura.

O velório do casal continuou nesta terça-feira, 13 de agosto, em Moreira Sales, no Paraná, onde o casal seria sepultado às 10h. A cerimônia foi marcada por uma atmosfera de profunda tristeza e respeito, com a presença de amigos, familiares e colegas de trabalho de Hiales, que prestaram suas últimas homenagens ao policial rodoviário que era admirado por sua dedicação e coragem.

Daniela e Hiales eram um casal que inspirava todos ao seu redor.

Ela, com sua disciplina no fisiculturismo, e ele, com sua bravura na polícia, formavam um par admirado e respeitado por muitos. A trágica perda dos dois deixou um vazio imenso na vida daqueles que os amavam e admiravam. A comoção em torno de seu velório reflete a dimensão da perda para as comunidades de Santa Rosa e Ubiratã, onde o casal era muito ativo e querido.

Antes da tragédia, Daniela havia compartilhado nas redes sociais um vídeo que agora, tragicamente, se tornou a última lembrança dos momentos que antecederam a tragédia.

No vídeo, ela falava com entusiasmo sobre a viagem que faria com Hiales, mencionando a escala em Guarulhos antes de seguirem para o destino final nos Estados Unidos. O vídeo, que era para ser uma celebração de mais um passo em direção aos seus sonhos, agora é um doloroso lembrete de uma vida interrompida.

A queda do avião em Vinhedo, além de tirar a vida de Daniela e Hiales, deixou outras 60 famílias devastadas.

A tragédia, que chocou o Brasil, levantou muitas perguntas sobre as causas do acidente, que ainda estão sendo investigadas pelas autoridades competentes. Enquanto isso, as famílias das vítimas enfrentam o luto e a busca por respostas, em meio à dor de terem perdido seus entes queridos de forma tão abrupta.

A comunidade da aviação, assim como as famílias das vítimas, espera que as investigações tragam à tona as causas desse acidente, na esperança de que lições possam ser aprendidas para evitar futuras tragédias.

Para os familiares de Daniela e Hiales, assim como para os amigos e colegas que se despediram do casal, a vida nunca mais será a mesma. O gesto simbólico das alianças penduradas na fita branca que uniu os caixões durante o velório foi uma forma de reafirmar que, mesmo na morte, o amor que os uniu permanecerá eterno.

Essa despedida comovente será lembrada por todos os que estiveram presentes, não apenas pela tragédia que representou, mas também pela demonstração de amor, união e respeito que marcou os últimos momentos de Daniela e Hiales juntos neste mundo. O luto pela perda do casal e das outras vítimas do acidente continua, com uma comunidade inteira unida pela dor e pela memória daqueles que partiram cedo demais.