O mundo dos esportes foi abalado por uma tragédia de tirar o fôlego: a maratonista olímpica Rebecca Cheptegei, natural de Uganda, foi brutalmente assassinada pelo ex-namorado, após um desentendimento. O crime hediondo ocorreu no último domingo (01/09) e deixou a comunidade esportiva e o público em choque.
Segundo informações preliminares divulgadas pelas autoridades quenianas, o autor do crime é Dickson Ndiema Marangach, ex-namorado de Rebecca. O ataque brutal ocorreu enquanto a atleta voltava da igreja com suas filhas, e o motivo seria uma disputa por um terreno.
Rebecca Cheptegei, que recentemente participou das Olimpíadas de 2024 representando Uganda, era uma maratonista talentosa e dedicada, com um futuro brilhante no atletismo. Ela carregava consigo o orgulho de uma nação e inspirava jovens atletas com sua garra e determinação.
A atleta vivia em Eldoret, no Quênia, com suas duas filhas e sua irmã, onde continuava seus treinamentos. Apesar dos desafios comuns na vida de um atleta, ela parecia estar em paz com sua rotina, até que o fantasma do passado, na figura de seu ex-companheiro, voltou a assombrá-la de forma devastadora.
Na tarde de domingo, 1º de setembro, o ex-namorado de Rebecca, Dickson Marangach, invadiu sua propriedade enquanto ela retornava de uma igreja local com suas duas filhas pequenas. O ataque foi planejado e executado com extrema crueldade: Dickson jogou gasolina no corpo da atleta e, em seguida, ateou fogo, sem dar chance de defesa a Rebecca.
Após o ataque, Rebecca foi socorrida às pressas e internada em um hospital local.
De acordo com o pai de Rebecca, o motivo por trás do crime foi uma disputa por um terreno.
É doloroso pensar que uma vida tão promissora foi interrompida por algo tão trivial. A violência doméstica, em muitos casos, está enraizada em questões de poder e controle, e é possível que essa disputa por terras tenha sido apenas o estopim para uma raiva mais profunda que Dickson nutria em relação a Rebecca.
A morte de Rebecca gerou uma onda de tristeza e indignação, não apenas em Uganda e no Quênia, mas em todo o mundo esportivo. Daniel Rukare, presidente do Comitê Olímpico de Uganda, fez um pronunciamento emocionado em que lamentou a perda de uma das grandes promessas do atletismo ugandense. Ele também destacou a necessidade urgente de combater a violência doméstica, que afeta tantas mulheres ao redor do mundo.
"Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento de nossa atleta, Rebecca Cheptegei, no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais atos e pedimos justiça. Que sua alma descanse em paz", declarou Rukare. A fala do presidente reflete a revolta e a frustração diante de um crime que poderia ter sido evitado, caso medidas preventivas contra a violência de gênero fossem mais efetivas.
O caso de Rebecca é um lembrete sombrio de como a violência doméstica continua sendo uma epidemia global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência física ou sexual por parte de seus parceiros íntimos. Em muitos casos, como o de Rebecca, essa violência tem um desfecho trágico e fatal.
Apesar de ser uma atleta olímpica e ter o respeito de sua nação, Rebecca não conseguiu escapar das garras da violência doméstica.
A história de Rebecca Cheptegei é uma tragédia de proporções inimagináveis, mas também é um chamado à ação. Seu legado como atleta olímpica não será esquecido, mas sua morte trágica também precisa ser um ponto de partida para um debate mais amplo sobre a violência doméstica e as formas de combatê-la.
Que sua história sirva de alerta para que mais mulheres em situações de risco possam receber a proteção e o apoio que necessitam. A justiça para Rebecca deve vir não apenas na condenação de seu agressor, mas também na criação de um mundo mais seguro para todas as mulheres.