A confirmação de que Joinville, maior colégio eleitoral de Santa Catarina, faria parte do roteiro de visitas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral durou apenas algumas horas. Inicialmente, a notícia foi recebida com entusiasmo pelo candidato a prefeito Sargento Lima (PL), que chegou a emitir uma nota comemorando a visita. No entanto, a cidade foi novamente retirada da agenda em favor de Criciúma, outra importante cidade do estado.
Na tarde desta segunda-feira, o cronograma de Bolsonaro em Santa Catarina havia sido revisado após um pedido do governador Jorginho Mello (PL). O governador solicitou a inclusão de Joinville no roteiro de campanha, que inicialmente contemplava eventos em Balneário Camboriú e Itajaí no dia 19 de setembro, e visitas a Tubarão e Criciúma no dia 20. A intenção era aproveitar o grande eleitorado de Joinville para reforçar o apoio à candidatura de Sargento Lima.
Para atender a essa solicitação, o ex-presidente chegou a alterar o roteiro, removendo as cidades do Sul do estado da programação original. Com isso, Itajaí e Criciúma foram inicialmente excluídas, gerando reações de insatisfação entre os apoiadores de Bolsonaro na região sul, especialmente em Criciúma. A cidade está no centro de uma acirrada disputa eleitoral entre o deputado federal Ricardo Guidi (PL) e o ex-secretário municipal Vaguinho Espíndola (PSD), tornando a visita de Bolsonaro especialmente importante para a campanha local.
Após novas conversas entre Bolsonaro e suas equipes de campanha, Criciúma foi reincluída no itinerário. Esse retorno à região Sul do estado levou novamente à exclusão de Joinville e, desta vez, também da cidade de Itajaí, que havia sido mantida até o último ajuste. Assim, o foco da campanha do ex-presidente no estado voltou a priorizar as cidades de Criciúma e Tubarão, consideradas estratégicas para o cenário político local.
As mudanças no roteiro de Jair Bolsonaro refletem a complexidade de equilibrar as diversas demandas políticas regionais durante uma campanha. Santa Catarina é um estado onde Bolsonaro mantém uma base sólida de apoio, e a logística de visitas às cidades-chave precisa levar em conta disputas políticas locais e alianças importantes. A decisão de retirar Joinville da agenda, ainda que tenha frustrado alguns apoiadores, pode ter sido tomada com base em cálculos estratégicos para maximizar o impacto eleitoral em outras regiões.
A exclusão de Joinville foi recebida com descontentamento pelos políticos locais, especialmente por Sargento Lima, que havia contado com a presença de Bolsonaro para alavancar sua campanha à prefeitura. A cidade, sendo o maior colégio eleitoral do estado, representava uma oportunidade significativa para o ex-presidente reforçar sua presença entre os eleitores. No entanto, a pressão política de Criciúma, onde a disputa eleitoral é intensa, parece ter prevalecido na decisão final.
Por volta das 19h30min da segunda-feira, circulava entre grupos do Partido Liberal (PL), incluindo deputados federais, a lista atualizada das cidades que receberiam a visita de Bolsonaro. Com as novas alterações, o itinerário passou a incluir Balneário Camboriú e Tubarão, além do retorno de Criciúma à agenda de campanha. Esses ajustes no roteiro demonstram o esforço contínuo da campanha para ajustar a estratégia de Bolsonaro em um estado onde ele possui forte influência, mas onde as disputas locais exigem atenção detalhada às dinâmicas políticas regionais.